quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Discutindo Tecnologia e Educação


Olá a todas e a todos que acompanham o meu blog e também àqueles/as que o estão acessando pela primeira vez.

Considerando a urgência em abrir debates e discussões acerca do uso das TDIC (Tecnologias digitais de informação e comunicação) na Educação, da sua relevância e implicações sociais e políticas, publico hoje a síntese de um texto a respeito do tema.

O texto é de Maria Teresa Quiroz Velazco (professora da Universidade de Lima, Peru), licenciada em Sociologia, Mestre e doutora em Ciências Sociais. É autora de muitos livros sobre a Comunicação e a Educação.

Tive contato com esse texto nas aulas da disciplina “Tecnologias digitais em espaços educativos”, na ECA/USP (Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo), ministrada pela professora Lucilene Cury. E vamos ao texto:

Tecnologias digitais: para a educação e a comunicação
(Maria Teresa Quiroz Velasco)



A autora diz que daremos passos seguros para integrar as tecnologias digitais aos processos de aprendizagem, se pudermos compreender que o problema não é tecnológico e sim de comunicação. Por esse motivo, inicia seu texto com algumas reflexões sobre o sentido da Educação.

A educação vive hoje mudanças da maior transcendência, que a distinguem de outros tempos. O processo de globalização envolveu uma série de transformações em diversos âmbitos da vida humana, especialmente na Educação, assim como também, na consciência sobre os direitos, no papel da mulher, na economia, no intercâmbio comercial, no meio ambiente, nos avanços tecnológicos e na comunicação. Por esse motivo, os objetivos acerca do desenvolvimento do conhecimento humano na atualidade, resultam indispensáveis para o desenvolvimento social e humano em geral.

A Educação Básica não tem mais uma função reprodutiva, não pode encarregar-se somente em transmitir conhecimentos, como em décadas atrás. Seu papel é o de gerar, compartilhar e produzir novos saberes. Sua tarefa está estreitamente relacionada à invenção e à criação, geradora efetiva do conhecimento.  A educação não se define como um conjunto de verdades fechado, arquivável e transmissível, mas como um campo fértil ao desconhecido. As funções de investigação, desenvolvimento, inovação e comunicação são prioritárias. A ênfase deve estar no dissenso, nas diferenças e na busca de novas descobertas.

Assim como alguns afirmam que em 2020 o conhecimento se duplicará a cada 73 dias, produzir-se-ão mudanças dramáticas na educação e na formação requerida por nossos estudantes.

O crescimento acelerado enfrenta escassez de recursos humanos. Devemos desenvolver nos estudantes o desenvolvimento de competências e atitudes necessárias para que possam desenvolver-se com êxito nas dimensões econômico-produtivas, para que contribuam para o desenvolvimento de seu contexto, suas comunidades, para desenvolver um olhar intercultural e cidadão, desde a formação básica. Tudo isso dentro de um marco ético e de valores coerentes com uma conduta inclusiva tanto no meio econômico e social, quanto de equilíbrio do meio ambiente. Essa proposta tem que vir acompanhada da transformação dos métodos pedagógicos, pois a renovação se produz na aula, cultivando o espírito de indagação, de curiosidade por conhecer e descobrir e pelo trabalho cooperativo. Essa é a escola inovadora, porque nela se constrói o conhecimento de forma conjunta e interativa. Os vínculos com cada estudante e o respeito às suas individualidades como sujeitos, são indispensáveis. Nesse sentido, a boa educação é aquela que valoriza cada estudante e suas diferenças, convidando-os a fazerem parte de um projeto coletivo através do qual se aprende a olhar, a escutar e a se expressar, como o apoio das novas plataformas. Trata-se de um conhecimento intelectual e afetivo, do descobrimento que cada um alcança sobre si mesmo e sobre suas capacidades e possibilidades. Isso implica em desenvolver uma atitude ética frente à vida, na qual o olhar para o outro se converte em uma busca indispensável. A incorporação das tecnologias digitais no ensino deverá, justamente, propiciar esses espaços de encontro e conhecimento.


Agora, espero os questionamentos e comentários de vocês a respeito das idéias colocadas no texto.

Na próxima postagem, tratarei do subtítulo do texto: “Educação e desafios sociais”, não percam!

Referência:
VELASCO, Maria Teresa Quiroz. Tecnologias digitais: para a educação e a comunicação. In: CURY, Lucilene (org). Tecnologias digitais nas interfaces da comunicação/educação: desafios e perspectivas. 1 ed. – Curitiba, PR: CRV, 2012.

Fonte da imagem: 
http://nteitaperuna.blogspot.com.br/2011/06/tecnologia-e-educacao.html (acesso em 29/08/2012, as 23h16)