quinta-feira, 1 de março de 2012

"30 anos da União de Mulheres de São Paulo"




Olá pessoal! Hoje inicia-se o mês de março e, como não poderia deixar de ser, tenho que falar sobre a questão feminista e sobre a questão das mulheres pois, o mês de março ficou conhecido como o mês da mulher. Não que eu acredite que apenas em março ou mesmo no dia 08 de março é que devemos colocar essas questões, elas devem estar presentes nos debates e discussões na escola sempre, se nos propomos a discutir uma Educação Pública e de qualidade para todas e todos.

 Pois bem, hoje estive na Biblioteca Pública Érico Veríssimo para um Debate sobre feminismo com Amelinha Teles (coordenadora do Projeto de Promotoras Legais Populares e do Projeto Maria, Maria, e integrante da União de Mulheres de São Paulo) e Therezinha Gonzaga (arquiteta e também integrante da União das Mulheres). A ideia era assistir o documentário “30 anos de União de Mulheres de São Paulo”, com roteiro, captação e edição de Eisa Gargiulo, mas infelizmente não foi possível devido à um probleminha técnico, o que de forma alguma tirou o brilho do encontro que foi simplesmente maravilhoso.

A União de Mulheres de São Paulo é uma organização não-governamental feminista criada em 1981, para defender os direitos das mulheres. Alguns de seus objetivos são: promover a participação das mulheres em defesa de seus direitos, buscando justiça e igualdade sociais e a consolidação da democracia; capacitar profissionais da área da saúde, segurança pública e educação para promover o acesso das mulheres à justiça e aos direitos humanos.

A União, nestes trinta anos de percurso, oferece orientação às mulheres em situação de violência e cria condições para que elas possam orientar outras mulheres sob uma perspectiva de gênero, raça, etnia, orientação sexual e relações entre gerações.

As duas convidadas, Amelinha e Therezinha iniciaram mostrando o painel feito com bordados produzidos por diferentes mulheres contando a história das lutas propostas pela União de Mulheres. O painel é simplesmente lindo e ficará a partir de hoje, 15 dias exposto lá na biblioteca, quem puder ir lá ver, vale a pena.

Foi muito bom ver todas aquelas pessoas das instituições que fazem parte da comunidade de Taipas, pessoas de associações, CEI (antiga creche), EMEI (educação infantil), EMEF (Ensino fundamental) e outros/as conversando a respeito das lutas feministas, das causas abraçadas pelo movimento (ou pelos “movimentos” feministas), algumas significativas conquistas e outras lutas que ainda continuam, como por exemplo, a descriminalização do aborto. Acredito que foi muito produtivo o debate no sentido de “colocar o dedo na ferida” do machismo que impera o imaginário de mulheres e homens, o que ficou claro nas falas expostas e que, brilhantemente, todas as questões foram esclarecidas pelas convidadas.

Apesar de todas as conquistas, ainda temos muito pelo que lutar. E a Educação, as escolas como um todo, não podem estar distantes dessas discussões tão pertinentes e urgentes. Temos que colocar “o dedo na ferida” também na escola, tocando em pontos como sexualidade, sexismo, feminismo, relações de gênero, androcentrismo, entre outros/as, se queremos um mundo melhor e mais justo.

“A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria”!
“Direito ao nosso corpo, legalizar o aborto”!
“Menino brinca com boneca sim! Pela vivência do cuidado na infância para meninos e meninas”!

Essas e outras questões devem estar presentes no debate sobre as mulheres na escola! Pra isso é preciso informar-se, estudar, conversar a respeito de assuntos que, infelizmente, ainda são tabus pra muita gente.

Em breve, conversaremos aqui nesse espaço, o que podemos fazer na escola para sair da mesmice de simplesmente lembrar o assunto no dia 08. Queremos mais, queremos transformação!

Hoje fiquei muito feliz por conhecer Amelinha Teles e Therezinha. Valeu! 

Fonte da imgem: http://www.feminismo.org.br/livre/index.php?option=com_content&view=article&id=4703:vadias-protestam-contra-o-machismo-&catid=79:space&Itemid=422 (acesso em 01/03/2012)