terça-feira, 26 de abril de 2011

A mulher morta

A mulher morta

A mulher morta é aquela a que lhe foram negados seus direitos
De ir e vir
De decidir por parir ou não parir
A mulher morta é aquela que não sente prazer
Mesmo trepando pra valer
A mulher morta é aquela que não consegue alimentar seus filhos
Mesmo trabalhando sem parar
A mulher morta é aquela que espera por alguém que não virá
Ela é aquela que cala
Porque morta não fala.
A mulher morta é aquela a qual não a deixaram trabalhar
É aquela que apanha e não denuncia
A mulher morta é a que tem vergonha do marido e medo do desconhecido
Os índices estão errados
Há muito mais mulheres mortas do que vivas,
Corrijam seus dados
Nossa sociedade é um cemitério de mulheres!

(Esse poema é de minha autoria)

Obs. A imagem foi retirada da seguinte fonte:  
http://downloads.open4group.com/wallpapers/1024x768/olhar-da-mulher-sofrida-25539.html

sábado, 2 de abril de 2011

Poema sobre o outro lado

Apesar do sol nascer todos os dias
Apesar da lua iluminar a noite
Há muita gente passando fome
Sentindo dor porque não tem o que comer
Há gente soterrada coletivamente
Enchente...
Apesar de todos estarem na escola, que bom!
Há muita gente que não escreve o próprio nome
Que lê, mas não entende o que quer dizer aquilo que leu
Breu...
Apesar dos avanços em relação à desigualdade de gênero
Há muita gente humilhando mulher
Há muita mulher apanhando calada
Cilada...
Apesar das mudanças nas configurações familiares
Tem muito casal de mulher e casal de homem sofrendo pra valer seus direitos
Pra criar seus filhos e filhas
Famílias...
Apesar de haver tanta fé
Tem muito lugar onde Deus não chega
Igreja...
Quem rema contra a maré
Quem enxerga o outro lado
Discriminado
Quem é o culpado?
Estado
Estado de coisas
Estado de direito
Estado
Porque que é que deu tudo errado?

Autoria: Edna Telles