segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A criança de seis anos no ensino fundamental


Olá a todas e todos!

Transcrevo abaixo alguns excertos de textos sobre a infância e a criança de 06 anos no ensino fundamental. Eles podem nos ajudar muito na reflexão sobre esse assunto tão relevante para a Educação. Vamos ler, pensar  e tentar responder as questões colocadas?

“Nossas creches, pré-escolas e escolas têm oferecido condições para que as crianças produzam cultura? Nossas propostas curriculares garantem o tempo e o espaço para criar?” (Sônia Kramer, in “A Infância e sua singularidade”)

“Educação infantil e ensino fundamental são freqüentemente separados. Porém, do ponto de vista da criança não há fragmentação. Os adultos e as instituições é que muitas vezes opõem educação infantil e ensino fundamental, deixando de fora o que seria capaz de articulá-los: a experiência com a cultura..” (Sônia Kramer, in “A Infância e sua singularidade”)

“Entender que as pessoas são sujeitos da história e da cultura, além de serem por elas produzidas, e considerar os milhões de estudantes brasileiros de 0 a 10 anos como crianças e não só estudantes, implica ver o pedagógico na sua dimensão cultural, como conhecimento, arte e vida, e não só como algo instrucional, que visa a ensinar coisas. Essa reflexão vale para a educação infantil e o ensino fundamental”. (Sônia Kramer, in “A Infância e sua singularidade”)

“Mas como compreender a criança nas suas formas de ser, pensar e agir? Como vê-la como alguém que inquieta o nosso olhar, desloca nossos saberes e nos ajuda a enxergar o mundo e a nós mesmos? Como podemos ajudar a criança a se constituir como sujeito no mundo? De que forma a compreensão sobre o significado do brincar na vida e na constituição dos sujeitos situa o papel dos adultos e da escola na relação com as crianças e com os adolescentes? (Ângela Meyer Borba, in: “O brincar como um modo de ser e estar no mundo”)

“Nossas prática têm conseguido incorporar o brincar como dimensão cultural do processo de constituição do conhecimento e da formação humana? Ou têm privilegiado o ensino das habilidades e dos conteúdos das ciências, desprezando a formação cultural e a função humanizadora da escola? (Ângela Meyer Borba, in: “O brincar como um modo de ser e estar no mundo”)

“A brincadeira está entre as atividades freqüentemente avaliadas por nós como tempo perdido. Por que isso ocorre? Ora, essa visão é fruto da idéia de que a brincadeira é uma atividade oposta ao trabalho, sendo por isso menos importante, uma vez que não se vincula ao mundo produtivo, não gera resultados.” (Ângela Meyer Borba, in: “O brincar como um modo de ser e estar no mundo”)

“Os estudos da psicologia baseados em uma visão histórica e social dos processos de desenvolvimento infantil apontam que o brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem”. (Ângela Meyer Borba, in: “O brincar como um modo de ser e estar no mundo”)


“O plano informal das brincadeiras possibilita a construção e a ampliação de competências e conhecimentos nos planos da cognição e das interações sociais, o que certamente tem conseqüências na aquisição de conhecimentos no plano da aprendizagem formal.” (Ângela Meyer Borba, in: “O brincar como um modo de ser e estar no mundo”)


Abraços,
Edna Telles

Obs. Todos os excertos foram retirados de textos do livro "Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade", organização: Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.